domingo, 24 de setembro de 2017

 Ela e Ele (Confusão) 

  Ela - Eu nunca compreendi com clareza. Todo ser humano que ama merece uma explicação, por que na maioria das vezes o amor não pode acontecer? Na verdade na maioria das vezes não acontece! Por que não funciona? O que nos trouxe até aqui? As nossas brigas sem motivo? Os nossos medos bobos? Os nossos conceitos sobre como fazer a engrenagem do amor funcionar?  Os nossos argumentos eram tão bons, pareciam perfeitos. Nós fizemos tudo certo, como manda o roteiro. Por que não deu certo? Sera que faltava amor? Intensidade? Coragem? comprometimento? 
  Ele - e quem te disse que eu compreendi tudo isso que vivemos? Os homens são burros mesmo, realmente foi intenso, se faltou coragem? sim, faltou, só não foi da minha parte, estava completamente disposto a viver tudo que planejamos, lembra? Os dois juntos sentados naquela pracinha planejando a vida... Eu sonhava com isso, com nosso amor, nosso casal de filhinhos, nossos sorrisos pareciam tão sinceros, quando eu te tocava parecia que estava sonhando, aquele sonho mais perfeito, onde ninguém quer acordar, e o nosso primeiro beijo, lembra? ficou marcado pra sempre. 
   Ela - Eu tinha todas as respostas, até olhar no fundo dos seus olhos novamente, eu criei todos os argumentos, enquanto não via a verdade de todo amor no qual você afirmava e reafirmava irradiar no seu semblante, mas ao mostra-las a você parecia tão egoísta, tão idiotas, eu não entendo por que, definitivamente não entendo. Quando eu estava deitada na cama, com minha cabeça no travesseiro, com aquela fronha azulada, o que me fazia lembrar daquela sua camisa azul que usava quando quando demos as mãos pela primeira vez... percebeu?  quando se trava de você, eu perco tão facilmente o raciocínio. (Suspiros profundos) Tudo bem... Naquela noite eu tinha tudo em minhas mãos, pra nós desfazer como se fossemos pó. Perto de você as armas mais eficazes se tornavam incapazes de provocar medo, se tornariam esnobe e motivo de risada, você faz tudo parecer ridiculamente insuficiente. Eu sei, eu sei, a maior parcela de culpa pertence me pertence, você me mostrava um amor simples e genuíno, e eu te mostrava um amor complicado e duvidoso. 
  Ele - Ela não era tão complicada, só a situação que era um pouco complicada, mas que vida maluca, em tão pouco tempo a gente viveu um sentimento tão forte, ainda não sei pra quem acabou primeiro, seu comportamento mudou, isso me magoo muito, aquela distancia posta entre a gente foi meio que fatal, nos levando ao fim... por que você sabe que quando se ama só quer ficar cada vez mais perto. 
  Ela - Engraçado, eu sou a "Calmaria Desejada". Até por que, já encontrei meu porto. Se o meu interior fosse uma paisagem, o mundo definiria como uma praia deserta, com ventos refrescantes, e grandes sombras de arvores. Como eu definiria? um furação de categoria máxima, atrativo, divertido, emocionante, fora do comum, avassalador, destruidor, perigoso,só para aventureiros. Qual é? Eu não posso ser a única que ama criar muros em volta de si mesma, é só uma questão de proteção e segurança interior, de viver em paz, quando finalmente alguém conseguir fazer parte dessa bagunça, ninguém estaria no olho do furação se não estivesse fascinado por tamanho desafio e perigo,são poucos que conseguem se manter vivo, te parabenizo todos os dias, incansavelmente. Permita que eu seja apenas a paisagem, antes que eu leve embora todos os seus sonhos, seus sentimentos, sua sensibilidade com ventos disfarçados de argumentos em até 120 Km por hora. 
  Ele - Não adianta todos esses argumentos, no fundo do seu coração você sabe que foi você quem se foi, não resistiu, desistiu, foi embora, abandonou o jogo, caiu fora, me deixou sozinho, a deriva, tive que suportar tudo sozinho, foi difícil, principalmente por que eu estava super disposto a desvendar esses segredos escondidos nessa sua paisagem interior ofuscada, misteriosa, ainda vivemos essa intensidade dessa confusão da nossa vida... cuidado, você pode me encontrar na esquina, em outra situação, quem sabe com um amor de verdade, mas fique tranquila, você não me deve satisfação, passamos tudo juntos, só cuidado mesmo com a esquina das surpresas dessa vida misteriosa. 
Autores: Quesia Dayane e João marcos 

  
     

sábado, 23 de setembro de 2017

 Novo Livro 

       Eu parei, descansei, analisei, e finalmente cheguei a essa conclusão. Eu não iria apenas virar a página, naquela estante da vida não teria pra que eu ainda reconstruir o livro de sentimentos,  o livro do amor. Já percebeu que quando você reconstrói algo nunca fica como era antes? Assim são os nossos sentimentos, não adianta negar, essa é nossa natureza humana, você nunca esquece uma traição, mesmo que negue a vida inteira, mas no fundo, lá no seu, no meu, no  fundo nosso inconsciente sempre há lacunas que nunca serão fechadas, sempre vai ter aquelas lembranças que você não queria ter...
    Precipitado? Eu? Talvez... Ando meio cansado, não quero mais teclar na mesma tecla várias vezes e não chegar a lugar algum, então por isso, eu tomei essa decisão drástica (Risos) Eu sei que sou meio maluco, não precisa me dizer isso. O que séria do mundo se tivesse só essas pessoas chatas, serias, e sem graça... Seja louco, seja livre, seja você. 
     Peguei o livro e entrei no carro, isso mesmo aquele livro do amor, iria dirigir ate a ponte mais alta, onde debaixo dela havia a passagem de rio, um lugar silencioso, frio, misterioso, bem parecido com as histórias daquele livro que estava no banco do carona. Então, peguei o livro e sai do carro, com cuidado sentei na borda da ponte, sim como eu já mencionei antes, eu sou meio louco, abri o livro, revi as anotações, li as histórias novamente, eu ria e chorava, eu me emocionava, ficava triste e alegre, passei horas lendo aquelas histórias novamente, minhas histórias, nossa história, a história de um amor que não era mais pra ser lembrado. 
    Depois  de algumas horas, eu finalmente criei coragem, e fui abrindo os dedos, sentindo o vento frio passar pela pele dos dedos e aos poucos levando o livro embora, ele caiu,  fiquei vendo aquele livro caindo naquele enorme abismo nevoado, e sendo levado pela correnteza daquelas águas geladas... Limpei os olhos e o rosto, voltei para o carro, e sai dirigindo sem direção por alguns minutos, tudo parecia diferente agora, me sentia livre, eu sabia que virar a página e continuar com o mesmo livro em mãos não iria adiantar em nada.
       Enquanto dirigia tive uma ideia, iria passar na livraria mais próxima e comprar um novo livro com páginas em branco, foi o que fiz, parei na primeira livraria que eu encontrei e pedi para o senhor de cabelos brancos me vender um livro com páginas em branco, depois da compra, dirigi de presa direto pra casa, chegando em casa peguei o novo livro e uma caneta e escrevi as seguintes palavras: Livro do amor, em seguida desenhei um coraçãozinho meio torto ao lado do letreiro, caminhei até a estante e coloquei o livro naquele espaço vazio... 
    Foi um dia longo, Eu estava cansado, então sentei na cadeira em frente a janela, dali avistava as luzes da cidade, as pessoas caminhando. Então aconchegado, surpreso com tudo que havia acontecido naquele dia, me via com semblante feliz, aliviado, e como uma criança ansiosa para usar o seu material escolar no inicio do ano, assim mesmo estava eu, ansioso para o usar o novo livro, escrever e viver uma nova historia de amor.
Autor: João Marcos 


     
    

domingo, 3 de setembro de 2017

Os Olhos da Sabedoria 

      Sentado,  enfadado, e com sono, naquela manhã que ainda estava nascendo, da cadeira do ônibus se pegava fazendo o que mais gostava, observando. O Sol vinha nascendo, mais que espetáculo perdemos todos os dias, por pura preguiça e safadeza, perder o espetáculo do astro sol aquecendo as plantas das praças pela manhã, avisando ao senhor galo que já é hora de soltar a voz. Quantas vezes você já contemplou o nascer do sol? Eu sei, pouquíssimas vezes, com essas nossas atitudes perdemos assim as coisas mais significativas da vida, essa simplicidade, há como é bom a simplicidade. 
     Ao entrar no ônibus percebi que ele procurou sentar-se em um acento agradável, para que pudesse observar tudo em sua volta, mais que sorte a daquele rapaz, sentou bem atrás dos olhos da sabedoria... Frágil, um pouco cansada, em seu rosto percebia-se as marcas de uma vida dura, cruel, injusta, que muitos da sua época foram fadados a viver. Mais uma coisa chamo-lhe a atenção, em seus olhos resplandecia uma luz que não era de costume se ver, percebeu-lhe o rapaz que apesar de não ter vivido uma vida fácil, aqueles olhos de sabedoria tinha enfrentado tudo com força, enfrentado as dificuldade com garra. 
     Agora já velha e cansada, tinha muitas histórias pra contar, muitos conselhos pra entregar, por isso falava e gesticulava sem parar, contando suas histórias vividas com aquele tom de saudade ao falar...  Percebeu então ao seu redor, aquela geração tapada, que já se incomodava com aquelas histórias de outra geração, que poderiam lhe acertar-lhe se assim prestassem atenção. 
      Ali mesmo sentado onde ele estava, assistia a senhorinha de cabelos brancos, pele enrugada, sem muita disposição, ser ajudada para descer no seu ponto. Por conta da timidez, o rapaz não lhe perguntou seu nome, nem sabe que caminho ela seguiu, sem a presenta dela, ele continua imóvel, em êxtase, por que tinha percebido naquele momento, que cada fase da vida tem seus encantos, a casca seca, muda, fica irreconhecível com o passar do tempo. Mas tem um tesouro que vamos adquirindo com o passar dos dias, que ninguém nunca é capaz de roubar, nossa integridade, nosso caráter, nossa inteligencia, nossas experiencias de uma vida bem vivida. Por isso não devemos ter vergonha de quem somos, de quem vamos nos tornar com o passar dos anos, não podemos ter medo de envelhecer, a vida é uma dadiva que deve ser valorizada e não desperdiçada,  por isso aconselho que viva cada momento da sua vida, aproveite cada segundo, apenas viva... 
Autor: João Marcos 
    

    

Ninguém Nunca Vê 


                Viver, mais com tantas indagações? A cada segundo que se passa, a vida, eu, meu ser, vai se perdendo em um mar de perguntas sem respostas, pelo menos não respostas cabíveis. 
                 Ninguém sabe me perguntar, ninguém sabe me responder, ninguém sabe me entender, ninguém sabe quem sou eu, nem mesmo eu. Por dentro revestido de dores, mágoas,   um mar de lagrimas, e uma caixa de sentimentos que já não é muito usado em nossos dias atuais. Por fora, um cara aparentemente normal, mas com um jeito esquisito, para uns reservado, para outros antipático, na verdade diferenciado. Eu vejo além, eu vejo mais, percebo coisas que as pessoas não veem, ou não quer ver, não sei se é de propósito, só sei que ninguém vê.
             Como uma folha jogada ao vento, como os pássaros sem as pessoas das pracinhas para jogar as migalhas de pão, como aquele tênis preferido que você perdeu um par, como uma agenda do ano anterior, sozinho, extremamente sozinho, é assim que na maioria das vezes se sente uma pessoa melancólica, é assim que eu sou, em meio a esse mar de incompreensões dessa vida misteriosa, misteriosa por demais da conta. 
            Por isso, caro leitor das minhas poucas palavras mal contadas nesses rabiscos, não julgue, ajude, seja diferente nesse mundo de pessoas tão iguais, tenham objetivos diferentes, não pense só em você mesmo. Sorria, abrace, ame, demostre carinho ao seu vizinho, aos parentes, aos amigos, e até mesmo aos inimigos, pois a vida é curta demais para guardar essas caixas de mágoas, tomando essas atitudes, o índice de pessoas melancólicas e solitárias diminui, talvez...
Autor: João Marcos