Desabafo
Segunda, nasce uma pequena inquietude
Terça, percebo que algo está mudado, mal posicionado, vazio?
Quarta, tentei disfarçar, camuflar, te enganar, me enganar fugindo, naquela estrada vazia... só ouvi o canto dos pássaros negros...
Ei, não dá, se acalma, respira, fica calmo, não dá mais se enganar, vou ter que enfrentar.
Na quinta, algo ficou a desejar, parei, pensei, analisei, mas não sei onde errei. Eu errei? Por que errei? Tenho culpa? Fui coagido? Induzido? Na verdade não. Te contar um segredo, no fundo todos nós gostamos de aventuras, do inesperado, não admitimos para manter a integridade, manter a imagem, que sacanagem...
Na sexta eu acalmo as trevas, aquieto a escuridão, fecho a porta pesada, arrumo os lençóis, e descanso do ser mais misterioso de mim.
Autor: João Marcos