terça-feira, 3 de julho de 2018

    

    Pane


  Escrevo por que a tamanha incerteza da vida, e os mistérios a ela associados a essa vivencia dura, mal calculada, indesejada, trazem danos irreparáveis aos que mal nela ainda se acostumam. 
  Escrevo por que a vida é bruta, calculista, padronista, cheia de modelos fascistas empurrados goela a baixo de uma sociedade alienada, misógina, moralista.   
  Muitos morrem ao acaso, abandonados, enquanto as grandes influencias usam em luxuosos templos, o nome do Bom Samaritano, para usufruir por meio da canalhice, bens, alimentando seu ego gordo, ser de mente conturbada, pervertida.    
   Escrevo por que meus bolsos pesam, meus olhos ardem, minha boca sangra, meu peito doe, e meus pés estão cansados. Ai você me pergunta: Cansado de que meu caro escritor? Eu to cansado, exausto mesmo, a fadiga toma de conta de todos os meus poros, cansado de seguir o caminho da sangria, de seguir o sistema que só causa dor, os males de um sistema opressor.    
   Escrevo para não sufocar a alma, que anda muda, desanimada, mas atenta aos dedos apontados, com uma imensa vontade de gritar no meio da cara da sociedade, Pane. Pane. Pane no Sistema. Sistema. Pane no Sistema. Alguém me desconfigurou. 
Autor: João Marcos