domingo, 6 de setembro de 2020

   O Peso Que o Tempo Tem

     Afinal quem era eu? E o que eu queria da vida? Das pessoas? O que eu queria de Deus? Do mundo? Então vi que estava um quanto equivocado, comecei a reparar o tamanho da minha vida, que tamanha insignificância, uma criatura pequena e miserável, vivendo dia no decorrer da vida fazendo as coisas sem nem ao menos saber e compreender o que estava fazendo. 

    A vida seguia intensamente silenciosa, tudo que conseguia ouvir era o eco que vinha dos meus pensamentos, perfurando os olhos e orelhas, serrando os dedos no celular, bateria fraca, notificou o aparelho, fraco mesmo estava eu, meio cansado de tudo e todos.  (3x) //  Risos

   Então inverti as perguntas para poder fazer uma comparação dos dois lados, e ver seus dois lados de importância, se dessa forma iria fazer mais sentido aos dias de caos e fumaça, se conseguia ver as coisas mais nítidas. 

  Afinal o que a vida queria de mim? O que as pessoas queria de mim? O que Deus em sua infinita grandeza e "superioridade" queria de mim? O que o mundo quer de mim? O que você espera de mim? Pode ser extremamente sincero, com tudo que vi mudar e cair bem na minha frente enquanto eu empalecido assistia sem nem que me deixasse absorver tudo, e seguir bem com todas as bombas soltas direcionadas a mim. 

Foi ai que percebi a força que o tempo tem, tempo, tempo, tempo... sábio tempo. 

Jogue tudo fora e perceba o peso que tempo tem.

Mistérios do Tempo.

A desordem e o caos, jogue fora tudo.

Mistérios do tempo. 

Jogue fora tudo,  a desordem, o  caos, jogue fora tudo, e perceba o peso que o tempo tem. 

Autor: João Marcos Bartowski



 

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

 Poço  

   Quando abri os olhos, estava caído, sujo, meio rasgado, e maltrapilho. Não sabia mais o que tinha acontecido, nem o que iria acontecer, então ao levantar a cabeça, percebia que pela estrutura antiga, teria sim como chegar lá em cima, teria que ter forças suficiente para escalar e poder chegar pedir ajuda, ou seguir sozinho.. Ficava ali olhando aquela luz... longínqua, que ainda me ardia os olhos, tentava pensar no que tinha acontecido, o que tinha me levado a cair naquele lugar horrendo, no qual eu aparentemente eu estava perdido, aparentemente não, estava mesmo perdido, qualquer que olhasse ao redor só iria ver lama,  e tijolos velhos que formava aquele grande e velho poço.  
    Então comecei a pensar no que poderia acontecer se eu não saísse logo dali, poderia esperar morrer de fome, ia demorar uns três dias ou mais, mas sem água e comida iria agonizar até morte, a vida lá de de baixo, olhando a luz, parecia bonita, mas sabia que fundo não era todo esse encanto, sabe, tem muita fachada, as pessoas são ruins e não costumam pensar nas próximas, não é todas claro, não estou generalizando, mas a sociedade precisa ainda de um avanço enorme. E se começasse a chover... certamente como não sei nadar, iria morrer submerso nas águas sujas, o estranho é que algo dentro de mim dizia que lá em cima eu vivia afundado em problemas, sentia na pele o  que grande maioria não sentia, e pensava e sonhava diferente da maior parte das pessoas, afinal quem era eu? E o que eu queria da vida? Das pessoas? O que eu queria de Deus? Do mundo? Sentia em mim a falta de algumas coisas e a certeza que se saísse dali precisaria me conhecer e reconhecer de novo. Precisaria me amar de novo, pra depois tentar amar a vida. Não essa vida de metas e conquistas postas nessa coisa que as pessoas chamam de redes sociais, mas a vida simples, e que parece que eu sou simples e complexo ao mesmo tempo... E, se eu  tivesse a surpresa de encontrar uma enorme cobra que me devorasse em dois tempos? Saciando-se com toda minha carne de gente crua, o interessante é que algo me dizia que lá em cima eu estava sendo engolido e devorado por problemas, do mundo, das pessoas, os que eu criava na minha expectativa de vida boa e agradável e que ainda não tinha chegado, esperava sentado, esperava que as pessoas fossem iguais, esperava que fizesse o que eu faria, estava jovem e ainda desconhecia bastante coisa... Muitas incertezas ainda acumulavam-se como nuvem na minha mente de gente intensa e pensamente, ambulante. 
   Quando de repente sinto um vento frio que me desconcentrou totalmente e logo em seguida perdi toda racionalidade dos meus pensamentos, abri os olhos, vi que não precisava me jogar no poço, vi que ainda tenho muito medo, da vida complexa, mas vi também que existem muitas possibilidades de se sair do buraco, do poço que muitas vezes se escodemos e se até se sentimos confortáveis, simplesmente por medo de encarar muitas vezes a realidade estampada e desenhada na nossa face. Não vou dizer que entendo a vida porque estaria destilando uma mentira descarada, mas ainda não é tempo de ficar no poço, de se jogar no poço, de querer o maldito poço, vá viver sua complexabilidade...  
Autor: João Marcos Bartowski