domingo, 30 de setembro de 2018

Veste Minha Pele e Tenta Ser Eu 

   Viado, bichinha, fala como homem seu moleque, boneca é coisa de menina, olha aqui se você não ajeitar  esse andar eu vou te encher de porrada, você não pode brincar só com menina, só com coisas de meninas, menino brinca com menino, com coisas de macho, você entendeu, ou quer que eu abra sua cabeça? Eu já cansei de repetir, isso não, não, não é normal! Você tem que se ajeitar José, somos sua família e só queremos seu bem, você sabe disso não é filho? Por isso a mamãe trouxe o padre aqui para rezar por você, ele vai nos ajudar a curar você, você vai se tratar e tudo vai ficar bem, tudo vai voltar ao normal, como era antes. Olha aqui você é gay da porta da casa pra fora, é isso mesmo, somos nós quem sustentamos a casa, somos nós tem sustentamos você, e você só tem que aceitar e obedecer, você vai terminar o namoro com esse tal de Fernando, não tente mentir, poque já sabemos de tudo, que absurdo José, se você não obedecer arrume outro teto pra ficar, porque gay aqui eu não vou aceitar. Veste minha pele e tenta ser eu pra você vê o que vai aguentar...  
  Ensino médio, época de juventude escolar, é também o período em que o gay mais sofre pelas mãos da discriminação da escola,  escondida e oprimida, bem ali na frente dos olhos de quem está a reparar, a injustiça sendo destilada por aqueles que deveriam orientar, e cuidar, acabam aumentando os índices de  suicídio, sem nenhum dó e remorso demostrar, são os monstros da sociedade, vendo a humanidade afundar...
- Professora estão me batendo, por favor, faça eles parar. 
- Olha aqui menino, não percebe que está fazendo minha aula parar? Vou te encaminhar para a direção, é lá que você tem que ficar, onde já viu, esses gays não tem noção mesmo, querendo mandar e mandar na escola, pensa que tem direito a alguma coisa, aqui você não tem voz, nem lugar.
Veste minha pele e tenta ser eu, e  tenta ficar calado com toda a iniquidade que você verá. 
  Está totalmente enganado quem pensa que uma família não podemos formar, estudamos, somos batalhadores, vamos matando um leão por dia, até conseguir na nossa meta chegar, somos capazes sim, de adotar, cuidar, educar, e fazer de uma criança uma pessoa do bem quando adulto ela chegar, dando muito amor e carinho, diferente daqueles que os abandona quando os velos chegar, jogando em bueiros e encostas dos rios, até mesmo em linhas de trem, para que os inocentes sejam mortos, aniquilados, meu peito sangra só de imaginar, veste minha pele e tenta ser eu pra você ver o tando de amor que somos capaz de dar.  
  É  do levantar de manhã, ao voltar do trabalho, quando tem trabalho,  que o gay tem que lutar, por que infelizmente ainda nos dias de hoje tem muita coisa a se mudar, muitas metas avançar, somos gente, somos humanos, exatamente assim como você, mesmo você sem concordar, temos os mesmos direitos sim, e vamos todos eles conquistar, desistir não iremos, está pra nascer quem nos pare, quem nos faça voltar, para aquele armário de dor, que a sociedade nos fazia ficar, sangrando e definhando por dentro, com medo de tudo enfrentar, sem saber que no fundo era bem melhor eram as portas escancarar, liberdade e resistência é onde temos que ficar, retroceder jamais, continuar lutando já.  Veste minha pele e tenta ser eu, pra você ver até onde sua garra irá te levar.  
   Brasil registra 126 mortes de LGBTs no primeiro semestre de 2018. Em 2018, 153 pessoas LGBTs já foram mortas no Brasil vítimas de preconceito. O Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo: 1 a cada 19 Horas. ATÉ QUANDO?  E saber que tudo isso se resolveria se as pessoas tivesse um pouquinho de consciência, se o respeito fosse na prática ensinado e empregado, se realmente as pessoas agissem como humanos, afinal, somos os racionais? Se você, preconceituoso, deixasse o ódio e a raiva de lado, e começasse a agir diferente, entendendo que todos somos somos diferentes e somos tão iguais, somos humanos, e nada mais, se você vestisse minha pele e tentasse ser eu, com certeza teríamos uma  sociedade mudada, você e eu.
Autor: João Marcos
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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Casinha (Ser)


     Olá querido amigo, sei que faz tempo que não te mando correspondências, de uns tempos pra cá as coisas mudaram muito, principalmente as pessoas,  se é que você me entende... (Risos) Bom, sei que me entende, você é uma das pouquíssimas que me conhece...  de verdade, deste de já eu te peço desculpas, por que ainda não perguntei como você está ,  nem o que aconteceu contigo durante todo esse tempo sem trocar as nossas cartas estupidas de todos os sentimentos que possa imaginar. Aconselho que leia quando estiver  com muito tempo livre, faça um café bem quente, e se aconchegue naquele sofá  feio que você tem jogado no fundo do seu quarto, como você sempre faz. vou te contar como estar cada comodo da casinha. 
   As janelas ainda estou mantendo conservadas, lixei, envernizei, pintei de branco, uma cor leve, que particularmente  gosto muito, aquele toque de leveza que me deixa em pleno estado de êxtase comigo mesmo,  por elas não passam mais nada de ruim, deixei pelo caminho tudo aquilo que não acrescentava em exatamente nada na minha vida, nem para meu bem estar, selecionei os amigos de verdade, a família, aqueles que me apoiam,  os que  sempre estão ao meu lado, fiz uma seleção dos programas de TV, as séries, os filmes que gosto, os que ainda quero ver, dos lugares que quero visitar, e por ai vai (Risos).  É  muito importante cuidar dos olhos, das nossas janelas da alma, não escancarar  para tudo que ver é importante, para que nenhum vento forte acabe desorganizando a casa e a alma. 
  Na sala eu espalhei quadros de felicidades espalhados por todos os lugares, eu mesmo pintei, não deixo mais que fure a parede para expor quadros de ódio, maldade, deslealdade, raiva, e sentimentos que certamente só me deixariam firme preso no fundo do poço, na mesinha da sala incensos de fé, e claro, na vitrola só toca músicas alegres e dançantes, contagiantes, que puxe lá do fundo as gargalhadas mais sinceras e bobas, mas que nos fazem um bem danado.
   Deixei preso no quartinho dos fundos, a intolerância, a falta de respeito com o próximo, o preconceito, a mentira, o desmotivamento, os pensamentos negativos, a crueldade, e todos os sentimentos ruins. Sorrateiramente sai e joguei a chave fora, agora a casa estava limpa, a alma descansada, o pensamento livre para a vivencia adequada, merecida, esperada, por um ser quase sem fala, agora ganhava vida. 
  Na cozinha agora só tem comidas saborosas e nutritivas, cultivadas pelo amor, dando sentido a vida, a nossa vivencia na caminhada longa,  agora adoçada com sabedoria, qualificando a jornada valida, que por muitos as vezes é esquecida e assim desperdiça seus dias. 
  Os quartos entupidos de positividade e sonhos que pretendo realizados, a casinha do meu ser finalmente está em ordem, tudo no seu devido lugar, como sempre deveria estar, é meio estranho quando tudo parece está indo bem, mas é isso amigo, apesar de tudo que aconteceu as feridas foram sanadas e saradas, então curado pude arrumar a casa e o coração.
   Quando se limitamos a uma situação inferior, que nos machuca a sangra nosso ser, acabamos deixando  ruir a nossa estrutura emocional e física, por isso querido amigo te escrevo para que você tome coragem de arrumar a sua bagunça interior, cultive boas amizades, bons sentimentos, bons sonhos, viva o hoje e agora, por que o amanhã é uma incerteza, então cuide da sua casinha, do seu ser, agora levante desse sofá feio, coloque um casaco, e volte a curtir a vida, saudades, e antes que se esqueça, me escreve de volta.  Abraço do João  
Autor: João Marcos 


   

sábado, 25 de agosto de 2018

   

    Marias 

    Ás cinco da manhã ela já esta de pé, dá uma ajeitadinha na casa enquanto faz o café, se arruma e arruma o Pedro, que o pai moralista não assumiu, mas ela não desistiu, moça de muita fé, de cabelo solto, queixo pra cima, com garra, com marra, ela vai driblando as dificuldades diárias, e outras coisas mais...  Fazendo faculdade, e umas faxinas no centro da cidade, ela vai se mantendo e mantendo seu filho, dando educação para que lá na frente ele não seja um canastrão, igual ao seu pai, que na hora H os deixou na mão, mas Maria não desiste não, negra de fibra, que aguenta o pancão. 
   Ahhhh e tem a Ana que apanhava todo dia Alberto, oprimida, coagida, para manter a imagem da família, sofria sozinha, até que acordou para a vida, precisou da ajuda da policia pra tirar as coisas de casa, pois o Alberto arriscava sua vida, controlador de quinta categoria, não poderia ficar casado com uma mulher de fibra. A Ana saiu de casa e mudou sua vida, estudou, se formou e hoje está na luta, defende as mulheres lá no tribunal da justiça.
  E tem a Luíza dona da ONG de crianças carentes, mas o que poucos sabem é que ela foi uma  criança carente, a Lu não se limitou ao sistema opressor, apesar da dor, ela lutou, foi as ruas, gritou,  fez barulho, incomodou, não tinha uma zona de conforto, mais venceu, da mente dela não sai as lembranças da fome, e das noites de frio que enfrentou. A ONG Criança Sorridente, alimenta cerca de 1000 mil crianças do morro por dia, no morro ela é conhecida, como a mãezinha de todos, a guerreira da vida, dando uma rasteira na fome daquelas crianças esquecidas. 
   Tem também a Joana da padaria, a Zélia da farmácia, a presidente Dilma, a Firmina da escola, a Benta diretora, a Matilde organizadora da vila, a Elza do disco,  as Marias do dia-a-dia,  que não se calam, que não se limitam, que correm atrás daquilo que elas acreditam, acompanhadas ou sozinhas, e com a ajuda da Virgem Maria elas vencem na vida. 
Autor:  João Marcos 

           

     Relato 

Eu não tenho mais notícias suas, não sei mais onde você corta o cabelo, não sei mas por onde você passa todos os dias, e hoje tudo está tão normal e tão esquisito ao mesmo tempo... É natural? Talvez seja...
    Acho que nunca te conheci, nunca tive certeza de verdade do que você era e foi capaz de fazer comigo, de todos os sonhos e projetos deixados pra trás, de todas as palavras lindas jogadas da boca pra fora. Você certamente não tem noção de como fui feliz contigo, de como você me fazia bem, pra ser bem sincera você era meu porto seguro, só que eu boba não percebi que as estruturas estavam se abalando, e não, não era minha culpa, eu sei que fiz de tudo por você, eu sei do que  lutei por você, eu sei que passei por cima do conceitos e princípios que eram importantes pra mim, eu sei fui tola, mas por que você me fazia acreditar que por você valia a pena... Que por você eu teria uma bela chegada ao fim do túnel.
    As estruturas do meu porto seguro estavam abaladas, e não percebi quando ela veio abaixo, era de um choque de realidade que eu precisava, de repente me vi presa nos escombros daquela estrutura, olhava pros cacos de espelhos jogados pela sala e tudo que eu enxergava era o sangue dos meus sentimentos espalhados pelo impacto de tudo que sua estrutura causou na minha vida, sim o amor é sentimento devastador, por todos os ângulos e partes que você olhar e analisar, lamento, você certamente, só perceberá isso na prática...
   Não, eu não vim aqui pra te dizer que você não deve e não pode se apaixonar, que o amor é um sentimento ruim e que você não tem que procurá-lo, pelo contrário, vá adquirindo experiência, vá analisando as coisas com calma, não se joga tanto, não confia tanto, o amor verdadeiro, o real, não vai estar sempre fazendo serenatas em cima de altos prédios e com cantores clichês, por que você, certamente, no fundo, vai saber que é, que apesar de todos os caminhos errados, e todos os erros cometidos durante sua jornada, finalmente seus pés tocarão no porto seguro certo, e como você vai saber? Bom, isso eu não sei, mas posso te garantir, mesmo sem explicação, você sempre sabe... Só Sinta...
Autor: João Marcos   

terça-feira, 3 de julho de 2018

    

    Pane


  Escrevo por que a tamanha incerteza da vida, e os mistérios a ela associados a essa vivencia dura, mal calculada, indesejada, trazem danos irreparáveis aos que mal nela ainda se acostumam. 
  Escrevo por que a vida é bruta, calculista, padronista, cheia de modelos fascistas empurrados goela a baixo de uma sociedade alienada, misógina, moralista.   
  Muitos morrem ao acaso, abandonados, enquanto as grandes influencias usam em luxuosos templos, o nome do Bom Samaritano, para usufruir por meio da canalhice, bens, alimentando seu ego gordo, ser de mente conturbada, pervertida.    
   Escrevo por que meus bolsos pesam, meus olhos ardem, minha boca sangra, meu peito doe, e meus pés estão cansados. Ai você me pergunta: Cansado de que meu caro escritor? Eu to cansado, exausto mesmo, a fadiga toma de conta de todos os meus poros, cansado de seguir o caminho da sangria, de seguir o sistema que só causa dor, os males de um sistema opressor.    
   Escrevo para não sufocar a alma, que anda muda, desanimada, mas atenta aos dedos apontados, com uma imensa vontade de gritar no meio da cara da sociedade, Pane. Pane. Pane no Sistema. Sistema. Pane no Sistema. Alguém me desconfigurou. 
Autor: João Marcos 

   
   

terça-feira, 26 de junho de 2018

         

           Evolução

  Abriu os olhos, o dia tinha amanhecido meio turvo, cores em tons de cinza e preto espalhados por todos os lugares, ele já imaginava que esse dia pra ele seria como se o tempo não andasse, longo e demorado.... Ela está sempre ali, imóvel, observadora, esperando a primeira oportunidade para atacar, fica ali no canto da sala, as vezes no sofá, tenho medo, mas já me acostumei, não quero compreender, sei e já percebi que não é de fácil compreensão, aceitar é minha única opção, aceito as feridas do corpo, as marcas de solidão, a trajetória da minha alma, do meu ser em constante ação, as mudanças no caminho do meu ser em evolução.
Autor: João Marcos 



sexta-feira, 25 de maio de 2018


Desabafo 


Segunda, nasce uma pequena inquietude
Terça, percebo que algo está mudado, mal posicionado, vazio? 
Quarta, tentei disfarçar, camuflar, te enganar, me enganar fugindo, naquela estrada vazia... só ouvi o canto dos pássaros negros...
Ei, não dá, se acalma, respira, fica calmo, não dá mais se enganar, vou ter que enfrentar.
Na quinta, algo ficou a desejar, parei, pensei, analisei, mas não sei onde errei. Eu errei? Por que errei? Tenho culpa? Fui coagido? Induzido? Na verdade não. Te contar um segredo, no fundo todos nós gostamos de aventuras, do inesperado, não admitimos para manter a integridade, manter a imagem, que sacanagem...
Na sexta eu acalmo as trevas, aquieto a escuridão, fecho a porta pesada, arrumo os lençóis, e descanso do ser mais misterioso de mim.
Autor: João Marcos 

sábado, 19 de maio de 2018

   

   Ser 

Meu ser é completamente complexo
As vezes me desafia 
As vezes me aquieta, me poê no canto 
As vezes me surpreende
Assim mesmo, de repente 
As vezes me consola 
E sempre, não as vezes 
Me aceito 
Assim mesmo como eu sou.  
Autor: João Marcos 

    

terça-feira, 8 de maio de 2018

 

   Reflexo

       Olho para o espelho e observo...
meus olhos negros e profundos exalam mistérios e incertezas, e na ânsia de saber quem és o ser do espelho, me pergunto: Quem é você coisa esquisita? Então o reflexo com um olhar abismado, surpreso, responde: Que audácia, que pergunta sem fundamento. Você é o que eu sou, eu sou quem tu és, é uma pena, mas sua súbita vontade de saber quem és não cabe na imensidão e grandeza de quem você é meu caro. 
João Marcos 



sábado, 10 de março de 2018

Um Céu Estrelado "Um Berço de Bons Sentimentos" 


     Parecia apenas uma noite normal, mas de normal não tinha nada, certamente eles teriam um momento inesquecível, daquelas lembranças que a mente insiste em guardar até quando velhinhos. Da janela do seu quarto Alberto olhava fixo para o céu, ele era um observador nato, gostava de olhar as estrelas, isso acalmava ele por dentro, meio que ele se perdia na imensidão daquele amontoado de estrelas brilhantes, o silencio delas gritavam aos ouvidos dele, e o fazia pensar nas coisas da vida, no seus atos... 
   Alberto estava na bad, e teve a maior surpresa da sua noite, quando estava levantando da sua cadeira de frente a janela, ouviu barulho de algo... Sim, era o barulhos de pequenas pedrinhas tilintando na na janela que Pedro jogava da calçada de Alberto tentando chamar sua atenção. 
 - Alberto: O que você está fazendo ai a essa hora Pedro? Seu maluco... 
- Pedro: Eu vim diretamente das trevas pra te fazer feliz. (Risos) 
- Alberto: Se meus pais te pegarem aqui você está frito. 
- Pedro: Desse logo seu frouxo, deixa de ser molenga, e vamos dá uma voltinha comigo pela cidade, quero te mostrar algo especial. 
- Alberto: Tá, só um minuto, eu vou, aguarda um minuto. 
   Então Alberto pega seu casaco, e sai andando na pontinha dos pés, com cuidado pra não acordar seus pais, até chegar na calçada, onde Pedro estava esperando com um sorriso enorme. Alberto sobe na motocicleta,  eles sai andando naquela madrugada, pela grande cidade, observando quase tudo, eles viram uns mendigos deitados na rua, viram os seguranças enfadados nas portas das boates, viram os jovens embriagados, viram as pessoas bebendo, viram de longe, sentado no banco da pracinha um jovem chorando sozinho,  eles viram pessoas sorrindo, mas que pareciam vazias, eles viram pessoas querendo se encontrar...
   Depois de um tempo andando, eles acabam chegando numa ponte, um pouco afastada da cidade, onde embaixo dela, havia uma pedras e bastante grama, a noite não estava nublada, e o céu estava tão perfeito que nem sei descrever tamanha perfeição, eram tantas estrelas brilhantes que quase chegavam a imitar o tamanho do brilho que saia dos olhos de Pedro olhando para Alberto. 
- Pedro: Preparado? 
- Alberto: Na verdade não, mas já que estou aqui sozinho com você nesse lugar deserto, acho que minha única opção é confiar em você. 
- Pedro: Alberto deixa e ser cagão por favor, vamos me de sua mão, nós vamos descer esse aterro ali oh, naquelas gramas.
- Alberto: tá, tá, tá...
   Foi ai que eles desceram aquele aterro, foram andando até chegar nas gramas, Pedro toma o casaco de Alberto e cobre o chão logo em seguida se deita, olhando feliz pro céu - Pedro: Você não vem deitar aqui? Vem logo por favor, seu cagão. Alberto então toma coragem e deita ali junto de Pedro,  meio nervoso, Pedro estava tão feliz, que nem conseguia disfarçar, sorria tanto. Obs: Pedro tinha um sorriso lindo, e cá pra nós, Alberto sempre gostou dele, só que era muito leso, nem percebia que Pedro também gostava dele, Pedro, era ousado, determinado e estava disposto a acabar com aquele bloqueio, aquela incerteza daquele sentimento maluco que ambos sentiam. 
- Alberto: Que lugar lindo Pedro, perigoso, porém lindo demais, traz paz. 
- Pedro: Ta vendo molenga, como não foi tão ruim vim comigo aqui. (Risos) 
    Eles nem perceberam, mas estavam ali, os dois, deitados, lado a lado, bem próximos, eles se completavam, um se aconchegando no outro, que momento magico, então o ousado Pedro se senta, e levanta Alberto, em frente a ele, sempre sorrindo, com aquele sorrindo radiante, o coração de Alberto estava quase saindo pela boca, uma sentimento bom começava a pairar sobre eles, uma sensação boa ia fluindo,  como fosse se ligando algo magico ali entre eles. 
- Pedro: Olha eu vou fazer uma coisa, fica calmo, e se você não me dê uns socos eu posso repetir, fecha os olhos. 
- Alberto: Tá certo, Pedro, seu maluco. 
   De olhos fechados Alberto sente nos seus lábios carnudos o toque mais esperado da sua vida, o beijo de Pedro, quando abrem os olhos, os dois estavam com sorrisos radiantes, então se abraçaram, forte.
 - Pedro: Não vai me dá um soco?
- Alberto: É claro que não seu bobo.
- Pedro: Então posso continuar. (Risos) 
   Passaram horas ali, deitados naquela grama, debaixo daquela ponte, eles, os vaga-lumes, e o céu estrelado, sendo um para o outro berço de sentimentos bons. 
Autor: João Marcos 




sábado, 3 de março de 2018

 

 Banheiro Imundo 

    Para todos era só mais uma noite normal de aula, mas não para aqueles dois no qual eu observava sentado ali naquele corredor onde quase não passava ninguém, eu ficava ali por conta da tomada onde podia recarregar meu celular, que sempre estava descarregado, daquele mesmo lugar se avistava a porta do w.c. masculino. Bom caro leitor, nessa história não espere um romance fofo, e singelo, hoje eu te convido a vê a história pelo meu ponto de vista. Acomode-se, preparados? Vamos lá...
   Era quase oito e meia da noite, quando subiu o primeiro deles, era moreno, alto, cabelos crespos, escuros, olhar profundo, parecia nervoso, mas estava disposto a loucura que iria cometer naquela noite, então se pós escorado na parede que dava pra ver o interior da escola, onde se avistava os bancos e umas poucas plantas, e dava pra ver direitinho a porta do banheiro, quando de repente ele vê o "Amigo" subindo as escadas, o outro era branco, cabelos lisos e claros, não tão alto, não parecia nervoso, também se escorou na parede e em um gesto natural, colocou sua mão clara sobre a mão escura e suada do seu amor, mas sempre olhando pros lados, com medo de alguém ver. 
- Moreno: Estou meio nervoso, não sei se é o certo, não é o ambiente certo, eu queria que nossa primeira vez fosse em um lugar especial, sabe...
- Branquinho: Você não confia em mim? 
- Moreno: Confio, mas sei lá...
- Branquinho: Olha aqui, não pensa muito, só tenta sentir sensações do seu corpo, relaxa, e deixa as coisas acontecerem naturalmente. 
- Moreno: Mas é o banheiro da escola Branquinho, eu tenho medo, e de descobrirem? E se a gente for expulso por isso? 
- Branquinho: Você sabe que a maioria dos meninos pegam as menininhas aqui, nesses banheiros, e não dá em nada, então estamos no nosso direito. (Risos sarcásticos)
   Então Branquinho enfia a mão no bolso e pega a chave do banheiro, eles olham pros lados, e um súbito minuto perdido no tempo eles abrem a porta do banheiro e entram rapidamente, quanta coragem, quanta ousadia daqueles dois. Boa parte do banheiro estava inundado, tinha um balção de mármore, onde eles depositaram as mochilas, e na outra repartição uma privara entupida, do lado em que eles estavam tinha um chuveiro pingando, as paredes eram escuras, o clima estava tenso, era uma sensação única, só quem passa sabe. 
- Branquinho: Estou aqui moreno, pronto pra ser seu, eu quero você, agora...
   Então o Moreno tirou o tênis, e saiu andando naquele chão molhado até seu amado, quebrando os tabus postos por ele mesmo, seu olhar estava tenso e feliz, ele então chega frente a frente do seu amado, olho a olho, boca a boca, eles vão se aproximando, cada vez mais perto, até que suas bocas se tocam, e vão se beijando, sentindo tudo, cada pulsação dos seus corações acelerados, então tiram as camisas, agora ele pele com pele, suor com suor, alma com alma, o desejo e a emoção iam tomando de conta de cada centímetro daquele lugar horrendo... 
   Branquinho então tira toda a roupa e se deita no chão, o Moreno já totalmente excitado, deita por cima do seu amado e começa a passar as mãos por aquele corpo branco, quente, único,  a sensação jamais presenciada por ele, mas que ele com certeza iria querer bis, foram horas ali, se tocando, se sentindo, se descobrindo, se conhecendo, já estavam completamente suados, mas continuavam ali, no chão, daquele banheiro imundo, perplexos, imóveis, tentando aproveitar e prolongar cada segundo daquele momento único que ambos estavam vivendo, longe de todos, de tudo e todos que impediam deles se amar como realmente eles queriam, de ser eles mesmos, todo mundo no fundo só quer um pouco de liberdade, liberdade para ser quem realmente é. 
        Depois do sexo eles tomaram banho, demorado banho, ainda se curtindo e se amassando, logo depois se vestiram, e ficaram ali abraçados, era evidente que eles não queriam sair dali e ter que enfrentar toda essa sociedade hipócrita, de conceitos atrasos e distorcidos para melhoria apenas de uma parte, aquele banheiro sujo passaria a ser o refúgio de um amor puro, mas reprimido por pensamentos pequenos maldosos, iria florescer ali, nas 4 paredes daquele banheiro um amor devastador. 
  Então, eles se colocam postos a porta para ouvir se não passava ninguém naquele momento para eles pudessem sair, não ouvem nada, devagar e silenciosos giram a chave na maçaneta da porta até abrir, o Branquinho pega na mão do seu amado,  abre a porta, verifica novamente se não vê ninguém e sai, fecha porta, e sai andando no corredor felizes, de mão dadas, os cabelos ainda pingando, as roupas estavam um pouco molhadas e amarrotadas, eles se olham novamente.
- Moreno: Você está arrependido? Por que eu não, foi maravilhoso.  
- Branquinho: Vai ter mais vezes, eu espero. (Risos)
    Eles permaneceram de mão dadas até quase o fim naquele corredor meio escuro, então um olha para outro e pergunta, - Preparado? - Sim, Vamos contar até três: Um, dois, três, pronto, então eles soltam as mãos, e saem andando, juntos, conversando e rindo, lado a lado... 
Autor: João Marcos 

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

         
       Mas ele com certeza não iria saber explicar tudo aquilo que estava sentindo, seus dias rotineiros de solidão estavam para acabar... Ele já sentia um frio na barriga, um embrulho no estômago, ele já sorrir de manhã quando vê na tela do celular o "bom dia" mais esperado, e dorme tão tranquilo quando dá o "boa noite" mais desejado. Ele é puro amor.
Autor: João Marcos