sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Casinha (Ser)


     Olá querido amigo, sei que faz tempo que não te mando correspondências, de uns tempos pra cá as coisas mudaram muito, principalmente as pessoas,  se é que você me entende... (Risos) Bom, sei que me entende, você é uma das pouquíssimas que me conhece...  de verdade, deste de já eu te peço desculpas, por que ainda não perguntei como você está ,  nem o que aconteceu contigo durante todo esse tempo sem trocar as nossas cartas estupidas de todos os sentimentos que possa imaginar. Aconselho que leia quando estiver  com muito tempo livre, faça um café bem quente, e se aconchegue naquele sofá  feio que você tem jogado no fundo do seu quarto, como você sempre faz. vou te contar como estar cada comodo da casinha. 
   As janelas ainda estou mantendo conservadas, lixei, envernizei, pintei de branco, uma cor leve, que particularmente  gosto muito, aquele toque de leveza que me deixa em pleno estado de êxtase comigo mesmo,  por elas não passam mais nada de ruim, deixei pelo caminho tudo aquilo que não acrescentava em exatamente nada na minha vida, nem para meu bem estar, selecionei os amigos de verdade, a família, aqueles que me apoiam,  os que  sempre estão ao meu lado, fiz uma seleção dos programas de TV, as séries, os filmes que gosto, os que ainda quero ver, dos lugares que quero visitar, e por ai vai (Risos).  É  muito importante cuidar dos olhos, das nossas janelas da alma, não escancarar  para tudo que ver é importante, para que nenhum vento forte acabe desorganizando a casa e a alma. 
  Na sala eu espalhei quadros de felicidades espalhados por todos os lugares, eu mesmo pintei, não deixo mais que fure a parede para expor quadros de ódio, maldade, deslealdade, raiva, e sentimentos que certamente só me deixariam firme preso no fundo do poço, na mesinha da sala incensos de fé, e claro, na vitrola só toca músicas alegres e dançantes, contagiantes, que puxe lá do fundo as gargalhadas mais sinceras e bobas, mas que nos fazem um bem danado.
   Deixei preso no quartinho dos fundos, a intolerância, a falta de respeito com o próximo, o preconceito, a mentira, o desmotivamento, os pensamentos negativos, a crueldade, e todos os sentimentos ruins. Sorrateiramente sai e joguei a chave fora, agora a casa estava limpa, a alma descansada, o pensamento livre para a vivencia adequada, merecida, esperada, por um ser quase sem fala, agora ganhava vida. 
  Na cozinha agora só tem comidas saborosas e nutritivas, cultivadas pelo amor, dando sentido a vida, a nossa vivencia na caminhada longa,  agora adoçada com sabedoria, qualificando a jornada valida, que por muitos as vezes é esquecida e assim desperdiça seus dias. 
  Os quartos entupidos de positividade e sonhos que pretendo realizados, a casinha do meu ser finalmente está em ordem, tudo no seu devido lugar, como sempre deveria estar, é meio estranho quando tudo parece está indo bem, mas é isso amigo, apesar de tudo que aconteceu as feridas foram sanadas e saradas, então curado pude arrumar a casa e o coração.
   Quando se limitamos a uma situação inferior, que nos machuca a sangra nosso ser, acabamos deixando  ruir a nossa estrutura emocional e física, por isso querido amigo te escrevo para que você tome coragem de arrumar a sua bagunça interior, cultive boas amizades, bons sentimentos, bons sonhos, viva o hoje e agora, por que o amanhã é uma incerteza, então cuide da sua casinha, do seu ser, agora levante desse sofá feio, coloque um casaco, e volte a curtir a vida, saudades, e antes que se esqueça, me escreve de volta.  Abraço do João  
Autor: João Marcos 


   

6 comentários:

  1. Com um toque sutil chega ao nosso coração. Parabéns pelo texto. Vou compartilhar posteriormente.

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  2. Ao lê-lo já me senti disposto para reorganizar a casinha que há em mim. É um singelo convite. Além disso, é uma recomendação que nos acolhe até a alma. Gratidão, João Marcos.

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  3. Metido a escritor? Hum... conta-me mais.

    Ótimo texto!

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